Negra, a Diretora de Manifestações Individuais e Expontâneas do Movimento Tradicionalista Gaúcho criticou o protesto da bancada negra na Câmara de Vereadores, contra o Hino Riograndense. Na cerimônia de posse, na sexta-feira, os parlamentares permaneceram sentados durante sua execução. Já o vereador Matheus Gomes (PSol) , ao justificar a sua recusa em cantá-lo, declarou:
“Não temos obrigação nenhuma de cantar um verso que diz que o nosso povo não tem virtudes, por isso foi escravizado”, disse, explicando que a UFRGS, onde faz mestrado, já reconhece a não obrigatoriedade de execução do hino, “fruto da luta da comunidade negra”.
A postura do vereador provocou uma enxurrada de críticas a ele na página do Repórter Farroupilha no Facebook, e alguns poucos apoios. Muitos alegam que o sentido da frase não é racista e, sim, tem a ver com a relação do Rio Grande do Sul com Império. Negra, a diretora do MTG também discordou da atitude do parlamentar.
“Enquanto a bancada negra fica sentada e não canta o hino, nosso povo perde um precioso tempo de ser protagonista de uma nova história, história essa que cabe a nós negros deste século, escrever. Este é nosso tempo, precisamos sair das amarras, lutar com as armas do respeito e da igualdade e quebrar alguns preconceitos próprios. Nós somos diferentes e fizemos a diferença, quanto não fecharmos os olhos para a realidade. Enquanto nosso povo se comportar assim, seremos coadjuvantes da própria história”, afirma Julia.
Também negra, a declamadora e vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura, Liliana Cardoso, pondera que a frase “povo que não tem cultura, acaba por ser escravo” refere-se à escravidão econômica de um sistema, mas entende que é sim, racista, pois o único povo escravizado no Rio Grande do Sul foi o negro. “Chega de constrangimento, essa frase tem cunho racista e nos ofende. Nossos Lanceiros Negros na revolução foram enganados com falsas promessas de liberdade”, ela acrescenta.
*Com informações de Giovani Grizotti
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